Hoje na Economia 27/09/2022

Hoje na Economia 27/09/2022

Cenário Internacional

Ontem, os mercados globais mantiveram o movimento de aversão a risco, refletindo a crise cambial no Reino Unido e a abertura de juros em economias desenvolvidas, o que fomentou o aumento do temor com uma recessão global. Nos EUA, os dados de atividade dos Fed’s regionais divulgados ontem vieram abaixo do esperado. O índice de atividade nacional do Fed de Chicago (CFNAI) de agosto ficou em 0, inferior à expectativa do mercado de 0,23 e desacelerando em relação ao dado anterior (0,29). Na abertura do dado, a queda do componente de produção e renda foi compensada pelas contribuições positivas dos componentes de consumo pessoal e emprego. A sondagem industrial do Fed de Dallas de setembro manteve-se em território contracionista e surpreendeu negativamente, ficando em -17,2 ante expectativa de -12,9.

Destaques da agenda global, hoje, são dados de atividade nos EUA, que devem mostrar panorama de desacelaração. O dado preliminar de encomendas de bens duráveis de agosto veio marginalmente acima do esperado (-0,2% M/M ante -0,3% M/M), ao passo que os preços de novas casas em agosto recuaram 0,6% e o índice de atividade do Fed de Richmond deve recuar de -8 para -10. A pesquisa de confiança do consumidor do Conference Board ainda deve mostrar descompasso entre os componentes de situação atual e de expectativas.

Cenário Brasil

O Relatório Focus de ontem trouxe nova rodada de revisões baixistas para a inflação de 2022 e 2023. O consenso para o IPCA deste ano foi de 6,00% para 5,88%, enquanto a projeção para o IPCA do ano que vem variou 1 pb, de 5,01% para 5,00%. Para 2024, a inflação esperada foi mantida em 3,50%. Em termos de crescimento, houve ligeiro aumento na projeção para o PIB deste ano, que saiu de 2,65% para 2,67%. O PIB de 2023 foi mantido em 0,50%. A Selic meta de 2022 manteve-se estável em 13,75%, assim como a de 2023, em 11,25%.

A conta corrente de julho, divulgada ontem pelo Banco Central, apresentou déficit maior que o esperado (US$ 4,13 bilhões contra US$3,25 bilhões), revertendo o resultado positivo de junho – dado também divulgado ontem – de US$ 1,33 bilhões.

Hoje a agenda local será movimentada, contando com as divulgações da ata do COPOM e do IPCA-15 de setembro, que apresentou deflação de -0,37% M/M e surpreendeu em grande magnitude as expectativas da SulAmérica Investimentos (-19% M/M) e da mediana de mercado (-0,20% M/M). A supresa baixista adveio de números abaixo do esperado em serviços, bens industriais e comunicação, além de um número mais comportado em alimentação, o que corrobora uma leitura qualitativamente positiva do dado. Em relação à Ata, essa trouxe a discussão quanto aos determinantes da decisão de manter a taxa de juros em 13,75%. Nossa leitura é que o Copom pretende manter a taxa de juros nesse patamar durante um período prolongado. No entanto, avaliamos que a ata não será bem sucedida em enfraquecer o debate quanto ao espaço para antecipação do corte de juros.

Topo