Hoje na Economia – 29/03/2022
A abertura das principais bolsas internacionais sugere um dia positivo à medida que tanto os futuros americanos como da Europa exibem altas firmes, nesta manhã. Prevalece um otimismo contido diante da retomada das conversações entre russos e ucranianos. Delegações de negociadores da Rússia e da Ucrânia se reúnem de forma presencial na Turquia, nesta terça-feira, para tentar chegar a um acordo que coloque um fim ao conflito iniciado há mais de um mês.
As bolsas da Ásia fecharam em alta, interrompendo três pregões consecutivos de queda, favorecidas pelas quedas nos preços do petróleo e pela continuidade do avanço nas ações chinesas de tecnologia. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, apurou valorização de 0,70%, com destaque de alta para Tencent; Alibaba e Toyota. Em Tóquio, o índice Nikkei subiu 1,10%, com avanço das exportadoras por conta do enfraquecimento do iene. Em Hong Kong, o índice Hang Seng anotou valorização de 1,12%, graças às ações de tecnologia; enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,42% em Seul. Em Taiwan, o Taiex teve ganho modesto de 0,16%. Na China, as medidas tomadas para conter o surto de covid-19 em várias regiões, levando ao lockdown da cidade de Xangai, pesaram sobre o sentimento dos investidores. O índice Xangai Composto recuou 0,33%, contrariando a tendência positiva da região.
Na Europa, as bolsas operam em alta, acompanhando o tom majoritariamente otimista da Ásia e o fechamento positivo das bolsas de Nova York ontem. Há uma expectativa favorável em torno do encontro entre delegações russas e ucranianas na Turquia, um dia após o presidente Zelensky declarar que está considerando adotar o status neutro em um eventual acordo com Moscou. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, sobe 1,28%, no momento. Em Londres, o FTSE100 avança 0,89%; o CAC40 registra alta de 2,21% em Paris; em Frankfurt, o DAX valoriza 1,84%.
As apostas em uma ação mais agressiva por parte do Fed na normalização de sua política monetária têm mantido os rendimentos dos Treasuries em alta. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos subiu quatro pontos base, para 2,50% ao ano. O índice DXY do dólar registra queda de 0,32%, nesta manhã, situando-se em 98,76 pontos, com o euro valorizando 0,49%, cotado a US$ 1,1039/€, enquanto a libra vale US$ 1,3086, com queda marginal de -0,02%. O iene é cotado a 123,75 ¥/US$, atingindo o ponto mais depreciado dos últimos seis anos contra o dólar, em meio às divergências entre um Fed disposto a apertar agressivamente sua política monetária e a postura bem “dovish” do Banco do Japão (BoJ). As bolsas de Nova York devem sustentar os ganhos de ontem, se prevalecer a sinalização positiva dada pelos principais índices futuros de ações, no momento. O índice futuro do Dow Jones exibe alta de 0,40%; S&P 500 sobe 0,45% e o Nasdaq valoriza 0,48%. Além de manter um olho nos acontecimentos envolvendo a guerra na Ucrânia, os investidores devem acompanhar mais comentários de dirigentes do Fed e dados sobre a confiança do consumidor americano.
Os contratos futuros do petróleo operam em alta, buscando se recuperar das perdas de ontem por conta do lockdown decretado por Pequim em importantes cidades da China. Hoje, as expectativas de que Rússia e Ucrânia retomem as negociações de paz de forma presencial na Turquia animam os investidores, O contrato futuro do petróleo tipo WTI para maio é negociado a US$ 126,27/US$ com alta de 0,29%, no momento.
No mercado doméstico, o Ibovespa deve ser favorecido pelos ventos externos otimistas, mas se ajustando, também, à troca de comando na Petrobrás. Os DIs futuros devem continuar recuando após a sinalização do BC de que deve parar de subir a Selic em maio, enquanto o dólar deve se manter em torno de R$ 4,70, no dia de hoje.