Hoje na Economia – 30/10/2020
Mais um dia de aversão ao risco prevalece nos mercados. Ansiedade que antecede a eleição presidencial americana, marcada para a próxima terça-feira, em meio ao avanço das infecções por covid-19 na Europa e EUA, colocando em risco a recuperação da economia mundial, compromete o apetite ao risco dos investidores, nesta manhã.
Nos mercados americanos, além do ambiente internacional pouco favorável ao risco, contribui para empurrar os índices futuros das bolsas de Nova York para o vermelho, a divulgação de fracos balanços corporativos de gigantes da tecnologia como Apple, Amazon e Facebook. No momento, o futuro do Dow Jones mostra queda de -1,63%; S&P 500 cai -1,50% e Nasdaq recua -2,08%. Os juros dos Treasuries mais longos também caem nesta manhã. O yield do T-Note de 10 anos encontra-se em 0,82%, recuando um ponto base. O dólar se valorizou frente às principais moedas ao longo do overnight, levando o índice DXY para 93,92 pontos, mantendo-se estável nesse nível, no momento. Na agenda econômica, serão divulgados os índices de despesas pessoais e renda pessoal de setembro, que devem subir 1,0% e 0,4%, respectivamente, na comparação mensal. A inflação medida pelo deflator dos gastos com consumo (PCE) deve subir 1,5% a/a em setembro e o Core PCE registrar alta de 1,7% a/a.
Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em baixa, refletindo não só os temores com o avanço do covid-19 em várias partes do mundo e preocupações com as eleições americanas, mas também a decepção com os resultados apresentados pelas grandes empresas de tecnologia. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific encerrou o pregão de hoje com queda de -1,30%. No Japão, o índice Nikkei registrou perda de -1,52% em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi caiu -2,56% em Seul, com pesadas perdas nos papeis do setor de tecnologia. Na China, o Xangai Composto se desvalorizou -1,47%, enquanto o Hang Seng registrou recuo de -1,95% em Hong Kong. Diante do ambiente de maior aversão ao risco, o iene se valoriza frente à moeda americana (+0,23%), que é cotada a 104,37 ienes, nesta manhã. .
Na Europa, a maioria das bolsas opera no vermelho, mantendo a tendência negativa que prevaleceu ao longo da semana. Hoje será divulgado o PIB da zona do euro, referente ao 3º trimestre, que deve ter subido 9,6% T/T segundo as projeções do mercado, recuperando-se parcialmente das pesadas perdas do período anterior. Com o atual avanço da segunda onda de covid-19, levando os países da região a retomar medidas de confinamento, as expectativas apontam para recuo da atividade no último trimestre do ano. No momento, o índice STOXX600 opera em baixa de -0,16%. Em Londres, o FTSE100 recua -0,20%; o DAX se desvaloriza -0,31% em Frankfurt. Na contramão, em Paris o CAC40 registra alta discreta de 0,07%. O euro é cotado a US$ 1,1675, permanecendo no mesmo valor observado na tarde de ontem.
Os contratos futuros do petróleo operaram em baixa ao longo do overnight, ampliando as perdas dos últimos dias, decorrente das preocupações com a demanda pela commodity diante da nova onda de infecções por coronavírus. Nesta manhã, esboçam uma recuperação: o contrato futuro do petróleo tipo WTI é negociado a US$ 36,38/barril, se valorizando 0,61%.
No Brasil, os mercados devem abrir em baixa acompanhando o ambiente de elevada aversão ao risco que prevalece no exterior. Ademais, a decepção com os balanços das gigantes de tecnologia também deve pesar negativamente sobre a Bovespa. Além das incertezas externas, os ruídos políticos em Brasília, dificultando avanços nas questões fiscais, devem manter câmbio e juros futuros pressionados.