Hoje na Economia – 30/11/2020
Principais bolsas de ações globais operam em queda neste último pregão de novembro, após os ganhos expressivos acumulados ao longo do mês. Investidores avaliam o impacto da nova onda de covid-19 em várias partes do mundo com as notícias recentes em torno das vacinas em testes, adotando um comportamento cauteloso preservando parte dos ganhos obtidos.
Na Ásia, a maioria das bolsas fechou em queda por conta de movimentos de realização de lucros. O índice MSCI Asia Pacific apurou perda de -1,6%, a maior queda no mês de novembro. Colaborou para o mau humor na região a notícia de que o governo americano está prestes a adicionar a principal fabricante de chips da China, a SMC, e a produtora de petróleo e gás offshore, CNOOC, à chamada “lista de entidades”, medida que restringe o acesso de investidores dos EUA. Esse evento ofuscou as boas notícias sobre atividade divulgadas na China. O índice de gerentes de compras (PMI) do setor industrial chinês subiu de 51,4 em outubro para 52,1 em novembro, segundo a NBS, o maior nível em três anos, superando as projeções do mercado. Em Xangai, o índice Composto fechou com queda de -0,49%; enquanto em Hong Kong, o Hang Seng cedeu -0,49%. Na bolsa de Tóquio, o índice Nikkei encerrou o dia em baixa de -0,79%, enquanto em Seul, o Kospi caiu -1,60%. No mercado de câmbio, o dólar é negociado a US$ 104,30 ienes, contra 104,11 ienes no final de sexta-feira.
Na Europa, a maioria das bolsas opera no vermelho. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, tem recuo marginal de -0,11%, no momento. A bolsa de Londres opera no azul após o ministro de Relações Exteriores da Irlanda afirmar que o acordo para o Brexit pode ser fechado nesta semana. O índice FTSE100 avança 0,37%, enquanto a libra é cotada a US$ 1,3325, se valorizando 0,23%. Em Paris o índice CAC40 recua 0,29%, enquanto o DAX tem alta discreta de 0,13% em Frankfurt. O euro é negociado a US$ 1,1973, se valorizando 0,08% ante a moeda americana.
No mercado americano, o ambiente é de cautela, resultando em baixa para os juros longos dos Treasuries e para a moeda americana. Há grande expectativa em torno do testemunho semestral que Jerome Powell, presidente do Fed, fará no Congresso americano, amanhã e quarta-feira. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos recua um ponto base para 0,83% ao ano. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, encontra-se em 91,73 pontos, recuando -0,06%, nesta manhã. Os principais índices futuros de ações das bolsas de Nova York operam em queda: Dow Jones cai -0,52%; S&P 500 se desvaloriza -0,41%; Nasdaq tem queda margina -0,05%.
No mercado de petróleo, os contratos futuros da commodity operam em queda enquanto se espera pela reunião da Opep+ marcada para hoje. O cartel discutirá o ritmo de aumento na produção de petróleo, mas, tudo indica que não se chegará a um entendimento. No momento, o contrato futuro de petróleo tipo WTI para janeiro é negociado a US$ 44,83/barril, com queda de -1,54%.
No Brasil, com o término das eleições municipais, é esperado que o Congresso retome os trabalhos para começar a avançar na agenda fiscal, com destaque para a aprovação do orçamento de 2021. No entanto, os interesses em torno da disputa pelas presidências da Câmara e do Senado, em fevereiro, podem frustrar as expectativas sobre as chances de que alguma reforma seja aprovada ainda este ano. O real pode se beneficiar da queda externa do dólar, mas sujeito aos sinais internos. Os DIs devem permanecer pressionados, por conta das incertezas fiscais e pelas pressões inflacionárias. A Bovespa deve acompanhar a tendência externa para hoje, flutuando ao sabor de realizações de lucros.