Hoje na Economia – 28/01/2022

As principais bolsas internacionais tentam retomar a trajetória de alta nesta sexta-feira, estimuladas pelos bons resultados corporativos divulgados pela Apple Inc. e pelo dado do PIB dos EUA, que superou as expectativas. Os investidores buscam reduzir as perdas acumuladas nos últimos pregões, após uma semana de elevada volatilidade, onde a tônica foi a sinalização inequívoca do Fed de iniciar a alta dos juros em março e reduzir o seu balanço mais a frente, com o firme propósito de trazer a inflação para a meta de 2% ao ano.

Na Ásia, os mercados acionários conseguiram alguma recuperação, afastando-se dos baixos níveis atingidos em novembro de 2020. O índice MSCI Asia Pacific subiu 0,8% na sessão de hoje, após ter caído 2,7% no pregão de ontem. As bolsas do Japão ficaram entre as melhores performances, com o Nikkei registrando alta de 2,09% em Tóquio. Destaque também para a bolsa sul-coreana, onde o índice Kospi apurou valorização de 1,87% em Seul, interrompendo uma sequência de cinco pregões negativos. Em contrapartida, na China, o índice Xangai Composto caiu 0,97%; enquanto o Hang Seng perdeu 1,08% em Hong Kong. Na semana que vem, os mercados chineses estarão fechados devido às comemorações do chamado ano-novo lunar.

A agenda econômica americana prevê a divulgação de indicadores sobre renda, consumo e confiança, mas o mais importante será o dado de inflação captado pelo deflator dos gastos pessoais (PCE), o preferido do Fed. Pelas estimativas do mercado, o PCE deve mostrar alta de 5,8% em dezembro na comparação interanual, enquanto o núcleo (Core PCE) deve subir 4,8%, na mesma métrica. No mês de dezembro, o PCE deve subir 0,5% m/m e o Core PCE 0,4% m/m. Surpresas negativas devem alimentar expectativas de até seis altas dos juros neste ano e até mesmo de que o ciclo de aperto já comece com uma alta de 50 pontos base em março. Os rendimentos dos Treasuries operam em alta, nesta manhã. O juro pago pelo T-Bond de 10 anos situa-se em 1,82% ao ano, subindo 1,61%, após ficar sem direção única ao longo do overnight. O índice DXY do dólar também opera em alta, registrando elevação de 0,14%, situando-se em 97,39 pontos. O euro recuou para US$ 1,1132/€ (-0,13%); enquanto a libra caiu para US$ 1,3370/£ (-0,10%) Hoje também serão conhecidos balanços que podem mexer com as bolsas, com destaque para Chevron; Caterpillar e Colgate-Palmolive. No momento, o índice futuro do Dow Jones exibe alta marginal de 0,08%; S&P 500 avança 0,27%; Nasdaq valoriza 0,81%.

As bolsas europeias iniciaram os negócios sem clara definição direcional, mas logo assumiram viés negativo, após acumularem ganhos nos três pregões anteriores. Os investidores além de monitorar os dados de consumo e inflação que serão divulgados nos EUA, estarão atentos aos balanços de importantes empresas, como UniCredit, Volvo e H&M que serão divulgados logo mais. No momento, o índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com queda de 0,68%. Em Londres, o FTSE100 perde 0,66%; o CAC40 recua 0,72% em Paris e em Frankfurt, o DAX desvaloriza 1,20%.

Os contratos futuros de petróleo operam em alta, nesta manhã, recuperando parte das perdas da sessão anterior. No momento, o contrato do produto tipo WTI, para março, é negociado a US$ 86,95/barril, com alta de 0,39%.

Na agenda doméstica, a FGV divulga o IGP-M de janeiro, que deve mostrar inflação de 1,98% no mês, acumulando alta de 17,13% em doze meses. O adensamento das altas no atacado deve reforçar as preocupações com alta dos preços no varejo nos próximos meses, reforçando a perspectiva de a Selic avançar ainda mais no território contracionista, nas próximas reuniões do Copom.