Hoje na Economia – 31/07/2024
Cenário Internacional
Na China, os PMIs de julho, que foram divulgados nesta madrugada, vieram em linha com o esperado. O PMI de Manufatura permaneceu em terreno contracionista conforme esperado (49,4), enquanto o PMI de Serviços desacelerou ligeiramente, de 50,5 para 50,2, ante projeção mediana dos analistas de 50,3. No Japão, o Banco do Japão (BoJ) surpreendeu a expectativa do mercado e elevou a taxa básica de juros para 0,25%, 15 pb acima do intervalo de 0%-0,1%, sinalizando que os próximos passos de política monetária devem contemplar altas adicionais de juros.
Na Zona do Euro, a inflação ao consumidor variou 0,0% M/M em julho, superando a variação esperada pelo mercado de -0,1% M/M. Na comparação interanual, a inflação acumulou alta de 2,6%. O núcleo também veio acima do esperado (2,9% A/A vs. 2,8% A/A).
Para hoje, o destaque da agenda internacional é a reunião do FOMC, além de dados de emprego nos EUA. A expectativa consensual do mercado é de que o FOMC mantenha a taxa de juros estável no intervalo entre 5,25% e 5,50%. Por outro lado, espera-se tom mais dovish na comunicação do comitê, reconhecendo a mudança no balanço de riscos, com a desaceleração da inflação nos dados de abril, maio e junho e a piora nos dados de emprego, com diminuição no ritmo de criação de vagas na margem e aumento na taxa de desemprego. Assim, o Federal Reserve deve indicar que a chance de queda de juros em setembro aumentou substancialmente. No front dos dados, o Índice de Custo do Emprego variou 0,9% T/T anualizado no 2° trimestre, abaixo do esperado pelo mercado (1,0%). Os dados do ADP de julho mostraram criação de empregos no setor privado inferior à esperada pelo mercado (122 mil vs. 150 mil).
Cenário Brasil
No âmbito local, a agenda de hoje terá como destaque o anúncio da decisão do COPOM. A expectativa da SulAmérica Investimentos, em linha com o amplo consenso de mercado, é de que o comitê mantenha, unanimemente, a meta para a taxa Selic em 10,50% ao ano. Em termos de comunicação, o COPOM deve adotar tom mais hawkish, em razão do movimento de depreciação cambial e piora das expectativas de inflação, e deve reforçar a mensagem de que se manterá vigilante e que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta, podendo mudar o linguajar para inclusive indicar que uma alta de juros pode ser mais provável.
Hoje foi divulgada a PNAD Contínua referente ao trimestre findo em junho, que mostrou queda da taxa de desemprego de 7,1% para 6,9%, em linha com a expectativa mediana do mercado. Na série com ajuste sazonal, a desocupação recuou de 7,0% para 6,9%.