Hoje na Economia – 13/07/2021
Mercados financeiros operam majoritariamente entre estabilidade e alta, aguardando dados de inflação americana e resultados de empresas que serão divulgados ao longo do dia.
Na Ásia, as bolsas fecharam em alta, com o índice regional MSCI Asia Pacific subindo 0,8%, puxadas especialmente pelas ações de tecnologia da China, que se recuperaram após fortes quedas nas últimas semanas causadas por intervenções do governo chinês. O Hang Seng de Hong Kong subiu 1,63% devido a isso. Houve altas mais modestas, mas ainda substanciais, na bolsa de Xangai (0,53%), no Nikkei225 de Tóquio (0,52%) e no KOSPI de Seul (0,77%). O iene está se valorizando 0,08% contra o dólar, cotado a ¥/US$ 110,28. Dados da balança comercial chinesa foram divulgados e surpreenderam para cima, com superávit de US$ 51,5 bi em junho, contra expectativa de US$ 44,8 bi, e altas maiores que esperado em exportações (32,2% A/A contra 23,0% A/A) e importações (36,7% A/A contra 29,5% A/A). O Banco do Povo da China anunciou em seu relatório que a política monetária voltou ao patamar pré-pandemia no primeiro semestre de 2021 e que deve permanecer flexível no segundo semestre, após corte de compulsório feito na última semana.
Na Europa o movimento dos mercados é mais misto. O índice pan-europeu STOXX600 cai -0,06%, com recuos ocorrendo também no CAC40 de Paris, -0,23%, e no DAX de Frankfurt, -0,07%. Por outro lado, o FTSE100 de Londres sobe 0,13%. O euro está se depreciando diante do dólar, -0,17%, cotado a US$/€ 1,1842.
Nos EUA, há alta de 0,34% no índice futuro do NASDAQ e 0,02% no do S&P500, porém queda de -0,06% no índice futuro do Dow Jones. É importante frisar que esses índices bateram novos recordes ontem. Hoje saem resultados de empresas importantes, como JPMorgan e Goldman Sachs, que podem dar o tom dos mercados, junto com dados de inflação ao consumidor. A expectativa em relação à inflação é de alta na margem de 0,5% M/M no índice cheio e 0,4% M/M no núcleo, uma desaceleração em relação aos números vistos no mês anterior (0,6% e 0,7%, respectivamente). O dólar está ganhando valor diante da maioria das moedas, com o índice DXY subindo 0,10%, e os juros futuros estão recuando levemente, com o yield da Treasury de 10 anos a 1,35% a.a., uma queda de 1 pb em relação a ontem.
Os preços de commodities operam sem direção única. O índice geral da Bloomberg está estável, com altas no ferro (2,02%) e no petróleo sendo compensadas por quedas no cobre (-1,16%) e no níquel (-0,47%). O barril de petróleo tipo WTI está sendo negociado a US$ 74,5, uma alta de 0,54% em relação a ontem, com o relatório da Agência Internacional de Energia indicando que os estoques de petróleo e derivados devem cair ainda mais mesmo que o acordo da OPEP+ fosse aprovado nos moldes propostos (aumento de 400 mil barris por dia).
No Brasil hoje sairá o dado de pesquisa mensal de serviços. A expectativa é de alta de 22,2% A/A no dado de maio, com avanço estimado pela SulAmérica Investimentos de 1,4% M/M. No campo político, hoje o relator da segunda fase da reforma tributária deve anunciar mudanças na proposta do governo, com desconto muito maior no imposto de renda da pessoa jurídica (-12,5% em 1 ano contra -5,0% em 2 anos). O rumor dessa mudança ontem já afetou a bolsa de valores local ontem e pode impulsioná-la novamente hoje. Os juros futuros, por sua vez, reagiram ontem a falas do membro do COPOM, Bruno Serra, preocupado com o nível de inflação esperada para 2022. Sem dados de inflação, os juros futuros devem reagir hoje ao dado de atividade de serviços, podendo subir novamente caso haja surpresa positiva. O câmbio, por sua vez, deve se apreciar, com aumento de preços de commodities e menor pressão de saída de recursos com mudanças na reforma tributária.