Hoje na ewconoma – 29/07/2021
Os mercados voltaram a operar em alta, buscando se recuperar da forte onda de aversão ao risco que derrubou as bolsas mundiais nos últimos dias, com investidores preocupados com a ofensiva regulatória na China, em meio ao avanço das infecções pela variante delta do coronavírus em vários países, colocando em risco a recuperação global.
Na Ásia, foi um dia de recuperação, com a maioria das bolsas fechando no azul. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, subiu 1,6% na sessão de hoje, com destaque para os papéis das gigantes da internet chinesa como Tecent, Alibaba e Meituan. Na China, o governo procurou acalmar o mercado por meio de uma reunião com representantes de grandes bancos para reduzir o temor do mercado quanto às novas regulações impostas sobre os setores de tecnologia e educação. Investidores presentes na reunião afirmaram que as políticas adotadas eram direcionadas, não pretendendo prejudicar empresas de outros setores. Na bolsa de Xangai, o índice Composto fechou com alta de 1,49%, após quatro pregões consecutivos de queda. Em Hong Kong, o Hang Seng registrou valorização de 3,30%; enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,18% em Seul. No Japão, o índice Nikkei subiu 0,73% em Tóquio.
Os mercados repercutem também a decisão de juros do Fed em sua reunião de ontem, em que manteve inalterados os parâmetros de sua política monetária, como esperado. O presidente Jerome Powell adotou um tom “dovish”, pontuando os progressos já alcançados pela economia, o que justificaria a fazer as primeiras ilações sobre o momento em que se começará a reduzir os estímulos. Os índices das bolsas de Nova York operam em alta, nesta manhã. O futuro do Dow Jones sobe 0,32%, no momento; S&P 500 avança 0,12%; Nasdaq mostra discreto recuo de 0,08%. O juro do T-Bond de 10 anos avança dois pontos base para 1,26% ao ano. O dólar prossegue em sua trajetória de queda que se seguiu ao discurso dovish do presidente do Fed na tarde de ontem. O índice DXY do dólar recua 0,27% no momento, para 92,07 pontos. O euro é cotado a US$ 1,1874, valorizando 0,24%; a libra vale US$ 1,3955 (+0,38%) e o iene é negociado a ¥109,82/US$ com alta de 0,08%. Na agenda, será divulgada a primeira leitura do PIB do 2º trimestre, que deverá mostrar crescimento de 8,5% em termos anualizados (6,4% no 1º trimestre) segundo as projeções dos analistas.
Na Europa, as bolsas operam com altas expressivas, acompanhando a recuperação dos mercados asiáticos, com a redução dos temores em relação à ofensiva regulatória do governo da China. A postura mais dovish do banco central americano também favorece o mercado acionário europeu. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, opera com alta de 0,33%, no momento. Em Londres, o FTSE100 sobe 0,70%; em Paris, o CAC40 avança 0,62%; em Frankfurt, o DAX valoriza 0,19%. Na agenda, foi divulgado o índice de sentimento da zona do euro, que mede a confiança dos setores corporativos e dos consumidores, que subiu de 111,7 pontos em junho para 119 pontos em julho, no maior nível da história.
Em um ambiente de maior apetite ao risco e desvalorização da moeda americana, as cotações das principais commodities e do petróleo operam em alta, nesta manhã. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para setembro é negociado a US$ 72,07/barril, com alta de 0,80%.
Na agenda econômica doméstica, a FGV divulga o IGP-M de julho que deve voltar a mostrar preços pressionados. Estima-se alta de 0,90% no mês (0,60% em junho) e 34% em doze meses. O Caged divulga o emprego no setor formal da economia. Segundo as projeções do mercado, foram criados liquidamente 270 mil novos empregos em junho, pouco abaixo do dado de maio (281 mil). A Bovespa deve abrir em alta acompanhando os futuros de Nova York, o real deve se apreciar e os juros futuros podem subir reagindo ao dado do IGP-M.