Hpje na Economia – 20/01/2022
As principais bolsas de ações globais operam em alta, diante da acomodação dos mercados de títulos soberanos, abrindo espaço para avaliação dos resultados corporativos e, também, avaliando as novas medidas de estímulo monetário adotadas na China.
Na Ásia, as bolsas locais fecharam sem um direcional único. O índice regional de ações, MSCI Asia Pacific, fechou com valorização de 0,90% no pregão de hoje, encerrando cinco sessões de quedas seguidas. O dia foi marcado pela ação do banco central da China (PBoC), que reduziu sua taxa de juros de referência (LPR) para empréstimos de um ano de 3,80% para 3,70%, como também a LPR para empréstimos de cinco anos ou mais, de 4,65% para 4,60%. Foi a primeira vez em 21 meses que as duas taxas foram reduzidas ao mesmo tempo. O governo vem ampliando os esforços para estimular o crescimento econômico, muito afetado pelos novos surtos de covid-19. Em Hong Kong, o índice Hang Seng mostrou alta expressiva de 3,42%, ao passo que na China, o Shangai Composto fechou com queda modesta de 0,09%. No Japão, o Nikkei subiu 1,11% na sessão de hoje e o sul-coreano Kospi avançou 0,72% em Seul. Em Taiwan, o Taiex registrou ligeira perda de 0,05%.
Na Europa, após uma abertura positiva, as bolsas locais operam com sinais mistos. O índice pan-europeu de ações, STOXX600, registra queda de 0,34% no momento, após a Alemanha informar que a taxa anual da inflação ao produtor (PPI) atingiu recorde de 24,2% em dezembro. Os investidores devem acompanhar a divulgação da inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro, além da última ata de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que será divulgada nesta manhã. Em Londres, o índice FTSE100 cai 0,33%; em Paris, o CAC40 perde 0,58%; em Frankfurt, o DAX desvaloriza 0,37%.
Os investidores vêm acompanhando a divulgação dos balanços corporativos das principais empresas referentes ao 4º trimestre, mas o tema dominante que move os mercados permanece nas apostas sobre as altas de juros a serem promovidas pelo Fed, bem como a velocidade em que ele fará a redução de seu balanço, isto é, de como ele executará o “QE” ao contrário. Após as altas dos últimos dias, o juro pago pelo T-Bond de 10 anos recua dois pontos base, para 1,85% ao ano, nesta manhã. O índice DXY do dólar opera entre altos e baixos, sem definição de tendência, situando-se em 95,51 pontos, no momento. O euro registra ligeira alta (+0,06%) para US$ 1,1350/€, enquanto a libra vale US$ 1,3632/£, valorizando 0,32%. Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta nesta manhã. Ensaiam uma recuperação após as fortes perdas recentes em meio a expectativas de aperto monetário pelo Fed. O índice futuro do Dow Jones exibe alta de 0,19%, no momento; o S&P 500 sobe 0,41%; Nasdaq avança 0,50%. Nas próximas horas, os investidores vão monitorar dados econômicos americanos, principalmente sobre o mercado de trabalho, e mais alguns balanços corporativos que serão divulgados nesta quinta-feira.
Os contratos futuros de petróleo operam em queda, nesta manhã, num processo de realização de lucros após os ganhos recentes. O contrato futuro do petróleo tipo WTI para março é negociado a US$ 86,37/barril, com queda de 0,68%, no momento.
No mercado doméstico, a Bovespa deve manter a alta de ontem, estimulada não só pela sinalização positiva dada pelos futuros de ações americanos, como também pelo novo corte de juros promovido pelo banco central da China, que deve estimular o mercado de commodities. O real deve continuar a se beneficiar dos fluxos externos, enquanto a acomodação dos juros dos treasuries favorece o fechamento dos juros futuros.